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Método Montessori: Como as crianças percebem o amor?

Atualizado: 7 de nov. de 2020



Maria Montessori chamou o amor da criança pelo mundo à sua volta de "intelecto de amor". Não se trata do amor emotivo, mas de um sentimento de vontade de ver, observar e, por meio do amor, construir.


A maior manifestação de amor da criança é a inspiração que a permite observar a vida de maneira viva, atenta e minuciosa. Para o adulto, esses detalhes podem não importar mais, mas para a criança é um olhar puro de amor.


Não será, talvez, uma característica do amor a sensibilidade que nos faz notar num ser coisas que os outros não vêem e registrar particularidades que os outros não sabem valorizar ou descobrir, qualidades especiais que parecem ocultas e que só o amor é capaz de revelar?
Maria Montessori

O amor a todas as coisas permite que a criança nunca enxergue com indiferença. Observe como essa característica atenta, vivaz e alegre é considerada infantil para o adulto que desaprendeu a amar os detalhes.


A criança ama e admira o adulto


Para a criança, o adulto é venerável. Tudo aquilo que ele lhe diz é importante e ajuda a construir a orientação que ela precisa. Por conta disso, a criança quer imitar o adulto. É a maneira que ela encontra de se colocar na vida, de entender o mundo e adentrar nele.


O adulto deve ter cuidado e responsabilidade com as palavras que saem de sua boca, porque o que ele disser ou fizer vão encantar a criança e desenvolverá nela uma sugestão, um caminho, uma forma de ser no mundo. A criança é sensível ao adulto e o ama à medida que o admira.


É costume observar como os pais amam a criança. E muito se fala sobre ensinar a criança a amar, amar os pais, os professores, os animais. Mas, Maria Montessori sustenta que quem ama, de verdade, é a criança. É ela quem quer o adulto a seu lado, que deseja a atenção do adulto que tanto admira.





O amor da criança pela obediência


A criança que ama tanto o adulto, ama obedecê-lo. Ao contrário do que muitas pessoas pensam, a criança ama a obediência. Ela quer obedecer integralmente. Mas, ela não pode jamais renunciar seu guia interior, suas vontades naturais. Assim, diante do adulto que ignora ou que contraria as necessidades do espírito da criança, ela não poderá obedecer. É também uma forma de amor. Um amor à si mesma e ao ser que ela representa. É amar a natureza tal como ela é, amar o próprio desenvolvimento.


O amor da criança relembra o adulto de viver e de viver melhor


Esse amor puro e dedicado da criança impacta o adulto e o transforma. No final das contas, são os pais que necessitam desse amor. A criança traz um novo despertar, traz vivacidade para uma vida sem energia.


Na realidade, a criança ensina o adulto a viver melhor, o renova e o transforma. Tudo por meio do amor.



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