Maria Montessori descobriu que a criança o trabalho da criança é de extrema importância pra ela e pra humanidade. O instinto infantil confirma que o trabalho faz parte da natureza humana, o instinto característico da espécie.
Mas o que seria esse trabalho?
É o meio e a atividade que permite que a criança desenvolva todas as suas capacidades. Essas atividades são prazerosas e necessárias para a criança se conhecer e reconhecer no mundo, para que ela entenda mais sobre si, sobre os outros e sobre o ambiente em que vive.
O trabalho do adulto x o trabalho da criança
Se o trabalho é tão natural a ponto de possuir um instinto, por que motivo o trabalho é tantas vezes rejeitado pelo adulto?
Por que a criança vê satisfação nas atividades que realiza, enquanto o adulto muitas vezes sofre para trabalhar?
A grande diferença está na motivação de cada um deles.
O trabalho do adulto busca produzir alguma coisa e receber algo em troca. Assim, o adulto foca nos resultados e nas recompensas que recebe. Já a criança trabalha para si. O importante para ela é o processo, porque ele conduz não só a um resultado exterior, mas a uma série de resultados interiores. Quando, por exemplo, ela sobe nas cadeiras e no sofá, seu objetivo é aprender a controlar a si mesmo, perceber seu espaço e a movimentação. Ela desenvolve força e senso de equilíbrio e direção. Dessa forma, a criança não busca o resultado mas, sim, tudo aquilo que durante o processo ela conquistou.
A criança que cresce aprendendo a realizar esse trabalho interno e a valorizar o processo, certamente vai se sentir mais em paz em trabalhar quando adulto. A ansiedade da entrega e da aprovação alheia serão muito menores, uma vez que o grande prazer está em realizar a atividade.
A criança que cresce aprendendo a amar o processo, certamente será um adulto que precisará amar o que faz e verá muito prazer em trabalhar.
Os benefícios da valorização do processo do trabalho:
Quando esse processo é, de fato, aproveitado, a criança trabalha com vontade, sem a necessidade de finalizar logo.
A criança repete o trabalho por interesse e curiosidade.
Ela constrói e destrói para entender, conhecer e não tem medo de trabalhar novamente.
A criança quer aquilo que mexe internamente com ela.
A criança quer se transformar por dentro.
Ela se entrega profundamente ao trabalho.
E assim se desenvolve, de verdade, e desenvolve belissimamente a humanidade.
O homem se constrói trabalhando e, na criança, quando seu desenvolvimento respeita os instintos que orientam a sua estruturação individual, ela constrói também a humanidade.
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